Επίστευσα, διὸ ἐλάλησα
Cri, por isso falei
Antes de respondermos a esta indagação,
é necessário iniciarmos o texto explicando o que é TOC.
Pois bem, TOC é a sigla para
Transtorno Obsessivo Compulsivo. Este Transtorno, assim como o Transtorno do
Pânico, a Síndrome de Burnout, por exemplo, está entre os da Ansiedade[1].
Os portadores do TOC “não conseguem
gerenciar as ideias obsessivas. Pensam o que não querem pensar e sentem o que
não querem sentir. Algumas vezes, [...] os transtornos obsessivos causam tanto
sofrimentos que podem desencadear uma doença depressiva”[2].
Mas, o que são Obsessão e Compulsão?
Obsessão, neste caso, gera pensamentos, imagens, impulsos intrusivos
e indesejáveis que finaliza em sentimentos extremamente
angustiantes. Já a Compulsão, é o modo ou o comportamento que a pessoa que
possui TOC se envolve em tentar se livrar das obsessões e/ ou diminuir sua
angustia.
Há muitos tipos de obsessões e compulsões. Colocaremos algumas das mais comuns:
a)
O excessivo
cuidado com a higiene por medo de contaminação (Ex: o indivíduo faz a limpeza
na sua casa várias vezes ao dia, mesmo sem necessidade lógica);
b)
O
medo excessivo de ferir-se ou ferir alguém (Ex: o indivíduo sofre por ter
pensamentos esmurrando, esfaqueando, atirando nos seus filhos, esposa ou marido, amigos
queridos, autoflagelo e de tirar ou achar que tirará sua própria vida);
c)
A
excessiva insegurança quanto ao fechamento de portas e janelas (Ex: o indivíduo
passa a maior parte do dia e da noite conferindo portas e janelas);
d)
Pensamentos
de cunho sexual (Ex: o indivíduo pode ter o pensamento de transar com alguém do
mesmo sexo, com animais ou com um dos seus familiares);
e)
Simetria
e alinhamento (Ex: o indivíduo não suporta ver um livro numa estante, um quadro
na parede, a posição duma caneta na mesa desalinhados, quando arruma a mesa
para uma refeição os talheres precisam estar simetricamente ajustados ao
prato);
f)
Poupar
e Armazenar (Ex: armazenar eletrodomésticos e outros objetos os quais não tem mais
concerto, poupar dinheiro e sofrer quando tem que gastá-lo, mesmo havendo a
necessidade lógica);
g)
O
sentimento de blasfêmia.
De acordo com dados, aproximadamente 2,5% das pessoas são
portadoras desse Transtorno. Em aproximadamente 10% dos casos, seus sintomas
são graves e podem afetar diretamente na vida profissional e familiar do
portador[3].
Voltando ao nosso ponto principal. No TOC Religioso, o portador tem
um sofrimento mental extremamente torturador, já que envolve pensamentos
agressivos e sexuais àqueles que o indivíduo tem fé. Exemplo: um devoto
católico pode ter um pensamento de transar com Maria, Aparecida, Sant’Ana, o Papa
e outras figuras dessa denominação. Do mesmo, um evangélico, além poder sentir
desejo em transar com Jesus Cristo, lançar um palavrão a Ele, discordar da
existência dEle como da Sua Palavra, ou seja, sentir desejo de blasfemar ou
achar que blasfemou, pode sair da igreja (templo) por ser lá o local que os
pensamentos se prolongam e, com isso, também achar que não será perdoado nunca,
o que lhe causa muita tristeza até podendo levá-lo numa profunda Depressão. O
mesmo segue de um muçulmano para com Maomé e de um judeu para com Deus e as
Escrituras. Geralmente os pensamentos intrusivos aparecem naquilo que a pessoa
mais teme; por isso torturam suas vítimas principalmente quando elas ainda não
sabem a causa.
Contudo, independente da sua crença ou religião, caso você esteja
sofrendo por um desses pensamentos, fique tranquilo pois há tratamento.
Alguns confundem o TOC com influência demoníaca passando a se auto
exorcizar ou ir a locais religiosos para o ritual. É bem verdade que há tormento causado pelo diabo, mas se for o caso, ele sairá por uma oração feita
com Fé ao Único Deus que verdadeiramente pode vencer as forças do mal (Lc 13.10-13; At 16.16-18).
Todavia, não excluindo o Senhor Deus no socorro dessa enfermidade, caso
você ore e não receba a cura Divina, não meça esforço para procurar um
médico psiquiatra e um psicólogo, pois, a combinação entre medicação + terapia
traz um porcentagem de 80% de chance de amenizar os pensamentos intrusivos e
até de cura. Por que salientamos que não se deve medir esforço?
Porque quem tem
o TOC sofre sobretudo por não saber que tais pensamentos não são de quem “tem”,
mas da doença e, mesmo assim, evita procurar um psiquiatra por achar que está
louco. Isso deve ser rejeitado. Toda pessoa que sofre dos rins procura um
nefrologista. Toda pessoa que sofre do coração procura um cardiologista. Toda
pessoa que sofre dos ossos procurar um ortopedista e por ai vai.
Tenha em mente que adoecer, seja de qual parte do corpo for,
infelizmente, faz parte da vida do ser humano; incluindo os que tem Fé. Quer um
exemplo?
Certa vez, o apóstolo Paulo orou pra Deus levantar um paralítico
(At 14:10), o que ocorreu. Numa outra oportunidade, deixou Trófimo doente
em Mileto (2Tm 4:20) e recomendou medicação a Timóteo (1Tm 5:23). A cura
pode vir pelas mãos divinas de Deus, como também pelas mãos humanas de um
médico, conforme escreveu o médico Lucas: “Os que têm saúde não precisam de
médico, mas sim os enfermos” (5.31).
Ademais, e aqui vai uma dica para ajudá-lo antes de você chegar num
profissional da saúde mental. Se você fica angustiado por achar que blasfemou,
descanse em Deus, pois, só em ficar incomodado você mesmo prova que não houve
blasfêmia alguma. O blasfemo age conscientemente e não tem qualquer tipo peso
na consciência. Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo conhecem as nossas
limitações (Jo 16:33; Hb 4:15) e jamais iriam punir alguém que apenas pensa
que blasfemou (1Cr 28.9;Is 55:8). Amém?
Por Cristo
Itard Víctor
[1] CURY,
Augusto. Ansiedade. Como Enfrentar o Mal do Século. P . 99. 2014. SARAIVA.
[2]
____________. O Mestre da Sensibilidade.
Jesus, o maior especialista no território da emoção. P. 105. 2012. SEXTANTE.
[3]
Manual da Terapia do Transtorno Obsessivo Compulsivo. Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. P. 6. 2008.
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