terça-feira, 2 de março de 2021

Diferença- Pelagianismo, Semipelagianismo e Arminianismo

 


                                                                                           Επίστευσα, διὸ ἐλάλησα

                                                                           Cri, por isso falei 



Diferença- Pelagianismo, Semipelagianismo e Arminianismo?

De forma resumida e objetiva temos as seguintes definições:

Pelagianismo: Ensino o qual conclui que o homem não foi afetado pela desobediência de Adão e Eva. Com base nisto, é entendido que, o ser humano, além de não ter pecado, e poder viver sem ele, é capaz de alcançar a salvação somente pelos seus esforços, ou seja, Deus não tem qualquer participação no ato salvífico. Pelágio, monge irlandês que viveu entre os séculos (IV-V d.C), foi o defensor do que veio a se chamar Pelagianismo.

Semipelagianismo: Ensino o qual conclui que o homem foi um pouco afetado pela desobediência de Adão e Eva, porém ele ainda é capaz de dar sozinho o primeiro passo em direção à salvação. Nesse sistema, Deus continua não sendo o Agente Primário da salvação. João Cassiano, monge francês que viveu entre os séculos (IV-V d.C), foi quem primeiro defendeu o sistema semipelagiano.

Arminianismo: Ensino o qual conclui que o homem foi totalmente afetado pela desobediência de Adão e Eva (Rm 3.23) e, por isto, entende que, sem a participação primária de Deus no processo salvífico, o homem jamais pode responder ao convite à salvação, embora tenha em si o livre-arbítrio para decidir sobre outras coisas. O pecador está caído. Jacó Armínio, pastor holandês que viveu entre os séculos (XVI-XVII d.C), comentou sobre o livre-arbítrio e o estado caído em que o homem se encontra:

O livre-arbítrio é incapaz de iniciar ou aperfeiçoar qualquer bem verdadeiro e espiritual, sem a graça. Para que eu não possa ser considerado, como Pelágio, como usando de mentiras com respeito à palavra “graça”, quero dizer, com isto, aquilo que é a graça de Cristo e que diz respeito à regeneração. [...] Confesso que a mente de um homem carnal e natural é obscura e sombria, que os seus afetos são corruptos e desordenados, que a sua vontade é obstinada e desobediente, e que o próprio homem está morto em pecados.[1]

Neste estado, o livre-arbítrio do homem para o que é bom não somente está ferido, aleijado, enfermo, distorcido e enfraquecido; ele também está aprisionado, destruído, e perdido. E os seus poderes não estão somente debilitados e são inúteis (a menos que seja assistido pela graça), mas está totalmente privado de poder, exceto aqueles poderes dados pela graça divina. Pois Cristo disse: ‘sem mim nada podeis fazer’.[2]

Em suma, no Arminianismo, Deus age antecipadamente no processo de salvação do pecador por meio da Graça Preveniente (Sl 59.10; Jo 6.44, 15.16). É esta Graça o que capacita, prepara ou liberta o livre arbítrio do homem à escolha da salvação.

Por Cristo,

Itard Víctor



[1] As Obras de Armínio. Vol 2. P. 406. CPAD, 2015.

[2] Op. Cit. Vol 1. p. 473.


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