sábado, 11 de julho de 2020

João Calvino e sua estranha correlação de Deus com Queda do homem.








                                                                      Επίστευσα, διὸ ἐλάλησα

                                                                                                       Cri, por isso falei  



“Deus não só viu de antemão a queda do primeiro homem e nela a ruína de sua posteridade, mas também por seu próprio prazer a ordenou.”[1]

“Embora sua perdição de tal maneira dependa da predestinação divina, a causa e a substância dela (perdição) estão ambas neles (homens) […]. Portanto, o homem cai porque assim o ordenou a providência de Deus; no entanto, cai por falha sua.”[2]

Por outro lado, o teólogo holandês, Jacó Armínio, especialista no assunto, contra argumentou  concluindo:

"Mas a culpa desse pecado não pode, de modo algum, ser transferida para Deus, seja como uma causa eficiente, seja como uma causa deficiente. (1) Não como uma causa eficiente. Porque ele não perpetrou esse crime através do homem, nem empregou contra o homem qualquer ação, interna ou externa, pela qual Ele poderia incitá-lo a pecar (Sl 5.5; Tg 1.13). (2) Não como uma causa eficiente. Porque não negou nem retirou qualquer coisa que fosse necessária para evitar esse pecado e cumprir a lei, mas Ele o havia dotado suficientemente com todas as coisas necessárias para esse propósito, e o preservou depois que foi assim revestido”.[3]

"Adão não caiu pelo decreto de Deus, nem por ter sido ordenado a cair, nem por deserção, mas pela mera permissão de Deus, que é colocada na subordinação a nenhuma predestinação, seja à salvação ou à morte, mas que cabe à providência, na medida em que ela é distinguida como oposição à predestinação".[4]

"Uma teoria pela qual Deus é considerado, necessariamente, o autor do pecado deve ser repudiada por todos os cristãos e, na verdade, por todos os homens, pois nenhum homem pensa que o ser a quem considera divino é mau- no entanto, segundo a teoria de Calvino e Beza, Deus é, necessariamente, considerado o autor do pecado- portanto, essa teoria deve ser repudiada ". [5]

 Por Cristo,
 Itard Víctor



[1] Institutas da Religião Cristã. Livro III, Cap. XXIII, Seção VII. grifo nosso.
[2] Ibid Seção VIII.
[3] Obras. Vol 1. P. 436.
[4] Obras. Vol. 2. P. 424. grifo nosso.
[5] Obras. Vol. 3. P. 96-97. grifo nosso.

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