É normal lermos em literaturas adventistas a afirmação de que o ladrão arrependido contido na narração bíblica de Lc 23:43, não foi ao paraíso pelo simples fato do mesmo não ter morrido no mesmo dia uma vez que segundo o raciocínio adventista, os crucifixados não morriam no dia da sua condenação. Mas, será que é isso o que o contexto cultural da época nos informa? Vejamos se os adventistas estão com a verdade segundo o que atestou Werner Keller:
"Era a hora tércia
quando o crucificaram" (Marcos 15.25). Pelo nosso horário, a "hora
tércia" correspondia às nove horas da manhã do antigo Oriente. "E à
hora nona", isto é, às três horas da tarde, consumou-se a tragédia.
"Mas Jesus, dando um grande brado, expirou" (Marcos 15.34 e 37).
De que morreu Jesus?
Pesquisas feitas nos últimos anos em Colônia têm procurado dar uma resposta a
essa pergunta, do ponto de vista médico. Se, penduramos uma pessoa pelas duas mãos,
o sangue desce com grande rapidez para a metade inferior do corpo. Seis a doze
minutos depois a pressão arterial cai à metade e as pulsações duplicam. O
coração recebe pouco sangue e o resultado é o desfalecimento. Em consequência
da circulação sanguínea insuficiente no cérebro e no coração, dá-se rapidamente
um colapso ortostático. A morte na cruz é portanto um colapso cardíaco.
Afirma-se que os
crucificados só morriam após dias na cruz ou ainda mais tarde. Muitas vezes,
colocava-se no madeiro vertical da cruz um pequeno apoio para os pés, chamado
sedile (assento) ou cornu (corno). Se o crucificado, em sua angústia, apoiava-se
de vez em quando no sedile, o sangue subia de novo à parte superior do corpo e
o princípio de desfalecimento desaparecia. Quando se queria acabar finalmente
com o sofrimento do crucificado, recorria-se ao crurifragium: quebravam-se-lhe
os joelhos a golpes de bastão. Então, não podendo mais apoiar-se nos pés, ele morria
rapidamente de insuficiência cardíaca.
Jesus foi poupado ao
crurifragium. "Foram, pois, os soldados, e quebraram as pernas ao primeiro
e ao outro que com ele fora crucificado. Mas, quando chegaram a Jesus, tendo
visto que já estava morto, não lhe quebraram as pernas" (João 19.32, 33).
Os judeus tinham ido
pedir a Pilatos que se praticasse o crurifragium, pois era "a vigília do
sábado" (Marcos 15.42; Lucas 23.54) e também o dia de descanso da
parasceve. Pela lei judaica, os crucificados não podiam passar a noite na cruz
(Deuteronômio 21.23). E às seis horas começava o sábado da semana da Páscoa, durante
a qual estava interdita qualquer execução. A proximidade da grande festa
explica a maneira como foram precipitados os acontecimentos do dia — a prisão
noturna, o julgamento, a execução e o sepultamento de Jesus, tudo em poucas
horas."
Portanto, não há nenhuma base bíblica ou histórica para darmos créditos à teoria adventista uma vez que ela não corrobora com a verdade. Amém!
Portanto, não há nenhuma base bíblica ou histórica para darmos créditos à teoria adventista uma vez que ela não corrobora com a verdade. Amém!
Fonte: KELLER, Werner. E a Bíblia tinha razão ... ,
18ª edição, Editora Melhoramentos.
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