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Antes de ler a minha
refutação, peço aos leitores que leia primeiramente o que está contido no outro
artigo acessando o link aí exposto.
Os
Pais da igreja criam na imortalidade da alma e no sofrimento eterno:
Uma breve história da heresia conhecida como Aniquilacionismo ou Imortalidade Condicional:
O aniquilacionismo foi adotado por Arnobius (final do século IV), mas não se tornou popular antes do século XIX, quando foi propagado pelo congregacionalista Edward White, e depois por Le Roy Froom (1874-1970), da Igreja Adventista do Sétimo Dia; as Testemunhas de Jeová também são aniquilacionistas.
O aniquilacionismo foi adotado por Arnobius (final do século IV), mas não se tornou popular antes do século XIX, quando foi propagado pelo congregacionalista Edward White, e depois por Le Roy Froom (1874-1970), da Igreja Adventista do Sétimo Dia; as Testemunhas de Jeová também são aniquilacionistas.
Na metade do século XX, Harold Guillebaud (1882-1964) e Basil Atkinson (1895-?) defenderam o condicionalismo, e alguns outros evangélicos, como John Wenham (nascido 1913), John Stott, e Clark Pinnock (nascido 1920), adotaram esta visão.
O aniquilacionismo foi condenado como herege pelo Sínodo de Constantinopla, em 543, pelo Segundo Concilio de Constantinopla, em 553, e pelo Quinto Concilio de Latrão, em 1513. A doutrina ortodoxa tradicional do inferno como a punição eterna consciente dos ímpios foi sustentada pela maioria dos grandes Pais e teólogos da igreja, incluindo Tertuliano (c. 155-c. 225), Agostinho (354-430), Anselmo (1033-1109), Tomás de Aquino (1225-1274), Martinho Lutero (1483-1546), João Calvino (1509-1564), Jonathan Edwards (1703-1758), Charles Hodge (1797-1878), William G. T. Shedd (1820-1894)9, e B. B. Warfield (1851-1921).
Inácio de Antioquia (falecido c. 110
d. C.)
Se aqueles que
corrompem meras famílias humanas são condenados à morte, muito mais merecedores
de um castigo eterno são aqueles que se dedicam a corromper a Igreja de Cristo,
pela qual o Senhor Jesus, o Unigênito Filho de Deus, sofreu a cruz e se
submeteu à morte! Qualquer um que, “engordando”, e se “tornando grosseiro”,
desprezar a doutrina do Senhor, irá para o inferno (EIP, 4).
Irmãos, não se
deixem enganar. Se algum homem seguir aquele que se aparta da verdade, não irá
herdar o reino de Deus; e se algum homem não se afastar do pregador da
falsidade, será condenado ao inferno (EIP, 4).
Policarpo (final do
século II)
Tu me ameaçaste com
um fogo que queimou durante uma hora, e que pouco depois se extinguiu; mas
ignoras o fogo do futuro juízo e do castigo eterno, reservado para os infiéis
(EECS, 11).
Irineu (c. 125-c. 202)
A separação de Deus
consiste na perda de todos os benefícios que Ele reservou [...] Agora, as boas
coisas são eternas e nunca terão fim perante Deus; portanto, a sua perda também
é eterna e nunca termina (AH, 4.39.4).
Tertuliano (c. 155-c.
225)
Ó, vós, pagãos, que
têm e merecem a nossa piedade, vede que colocamos perante vós a promessa que o
nosso sistema sagrado está oferecendo. Ele garante vida àquele que o segue e
obedece; por outro lado, ele ameaça com o castigo eterno e um fogo perpétuo aqueles
que são profanos e hostis. A ressurreição dos mortos é igualmente pregada a ambas
as classes (AN, 1.1.7).
Mas os profanos, e todos
aqueles que não são verdadeiros adoradores de Deus, serão consignados ao castigo
do fogo perpétuo, esse fogo que, pela sua própria natureza, na verdade ministra
diretamente à incorruptibilidade do corpo que os condenados terão (A. 1.48).
Se, portanto,
alguém supuser que a destruição da alma e da carne no inferno leve ao extermínio
total das duas essências e não ao seu tratamento penal (como se devessem ser
consumidas, e não castigadas), é preciso que esse alguém se lembre de que o
fogo do inferno é eterno, e foi expressamente anunciado como um castigo
perpétuo. E que ele então admita que é devido a essa circunstância que essa
“morte” perpétua é mais formidável que um simples assassinato humano, que é
apenas temporal (ORF, 35).
Justino Mártir (c.
100-c. 165)
Isso [...] é o que
esperamos e aprendemos de Cristo, e ensinamos. E Platão, da mesma maneira,
costumava dizer que Rhadamanthus e Minos iriam castigar os iníquos que estivessem
à sua frente; e nós dizemos que a mesma coisa será feita, mas através das mãos de
Cristo e sobre os iníquos, no mesmo corpo unido novamente ao seu espírito que então
sofrerá um castigo eterno; e não será somente, como disse Platão, por um
período de mil anos (FAJ, 8).
Mas, como esta sensação
permanece para todos aqueles que já viveram, e a punição eterna está reservada
(para os iníquos), certifique-se de não deixar de se convencer por negligência,
conservando, como sua crença, que essas coisas são verdadeiras (ibid., 18).
Da Apologia de Justino,
podemos reunir uma substancial lista de versos que dão fundamento ao castigo
eterno para os pecadores (citados em Froom, CFF, 1.819):
Sofrer um castigo
eterno (op. cit., 8).
Ao eterno castigo
do fogo (12).
Sofrer o castigo do
fogo eterno (17).
O castigo eterno
foi assegurado (18).
Haverá a consumação
de todos [os pecadores] (20).
São castigados com
o fogo eterno (21).
Causa o castigo
eterno pelas chamas (45).
Castigados com o
fogo eterno (SA J, 1).
No fogo eterno
sofrerão seu justo castigo e punição (ibid., 8).
Os iníquos serão
punidos no togo eterno (ibid.).
Os Concílios da Igreja
Depois de já ter sido
condenada pelo Segundo Concilio de Constantinopla (553), a negação do inferno
foi condenada pelo Quinto Conselho de Latrão, em 1513 (veja Cross, ODCC, 328).
O último dos nove anátemas (543) do Imperador Justiniano (c. 483-565) contra
Orígenes (c. 185-c. 254), diz o seguinte: “Se alguém disser ou pensar que a
punição dos demônios e dos homens ímpios é apenas temporária, e que um dia
terminará [...] seja anátema” (em Roberts and Donaldson, ANF, Vol. 14)79.
Crisóstomo (347-407)
“[...]
nem os corpos dos perdidos, que se tornarão imortais, nem suas almas
experimentarão o fim de seus sofrimentos. Nem o tempo, nem a amizade, nem a
esperança, nem a expectativa da morte, nem mesmo o ato de presenciar as outras
almas infelizes partilhando de sua triste sorte aliviará seus sofrimentos.” (Patrística,
p. 368).
Agostinho (354-430)
Se a alma vive num
castigo eterno, pelo qual também todos os espíritos impuros serão atormentados,
isso representa mais uma morte eterna do que uma vida eterna. Pois não existe
morte maior ou pior do que quando ela nunca termina. Mas como a alma — que pela
sua própria natureza foi criada imortal — não pode existir sem alguma forma de vida,
sua morte derradeira será uma alienação da vida de Deus, em uma eternidade de punição
(CG, 6.12).
Se ambos os
destinos são “eternos”, devemos, então, entender a ambos ou como sendo permanentes,
e que por fim irão terminar, ou que serão ambos perpétuos. Pois eles estão correlacionados;
de um lado, o castigo eterno, e de outro, a vida eterna. E falar, num único e
mesmo sentido, que a vida eterna será interminável, mas que o castigo eterno
terá fim, representa um absurdo. Dessa forma, assim como a vida eterna dos
anjos será perpétua, também o castigo eterno daqueles que foram condenados não
terá fim (ibid., 21.23).
Anselmo (1033-1109)
Consequentemente,
assim como a alma gentil irá se regozijar na eterna recompensa, da mesma
maneira a alma desdenhosa irá se lamentar em um eterno castigo. E, assim com a
primeira irá experimentar uma imutável suficiência, a última irá experimentar
uma inconsolável indigência (M, 71).
Tomás de Aquino
(1225-1274)
Também devemos
saber que a condição dos condenados será exatamente o contrário da condição dos
abençoados. Seu estado será de castigo eterno, o que denota uma quádrupla e
terrível condição. O corpo dos condenados não será brilhante: “O seu rosto será
rosto flamejante” [Is 13.8]. Da mesma maneira, eles serão passíveis porque
nunca irão deteriorar e, embora queimem eternamente no fogo, nunca serão
consumidos. (CISTA, 62).
O sofrimento do
castigo eterno não se opõe, de maneira alguma, à justiça divina. Mesmo nas leis
feitas pelo homem, o castigo não precisa corresponder necessariamente à ofensa em
termos de tempo. [Por exemplo, alguém pode cometer um assassinato num minuto,
mas merecer a prisão perpétua pelo crime cometido] (CT, 183).
Os
Líderes da Reforma
Martinho Lutero
(1483-1546)
A fornalha ardente
é acesa simplesmente pela insuportável aparição de Deus e dura eternamente.
Pois o Dia do Juízo Final não irá durar apenas um momento, mas irá permanecer através
da eternidade e, portanto, nunca irá terminar. Constantemente os pecadores
serão julgados, constantemente eles irão sofrer dor e constantemente haverá uma
fornalha ardente, isto é, eles serão torturados por uma suprema aflição e
angústia (WLS, 2.621).
João Calvino
(1509-1564)
Tais maneiras de
expressão estão apropriadas à nossa capacidade de melhor entender como é
miserável e calamitosa a situação daqueles que não têm Cristo. Pois se não
tivesse sido dito em termos claros que a ira Divina, a vingança e a condenação eterna
estão sobre os não-salvos, não teríamos a misericórdia de Deus, seriamos
insensíveis à nossa desgraça, e não estaríamos dispostos a valorizar a bênção
da salvação (ICR , 2.16.2).
Quão vil é o erro de converter um
espírito, formado à imagem de Deus, em um sopro evanescente, que anima o corpo
somente nesta vida moribunda, e reduzir o templo do Espírito Santo a nada. Em
resumo, é algo vil roubar o distintivo da imortalidade daquela parte de nós
mesmos na qual a divindade é mais brilhante, e as marcas da imortalidade são
mais conspícuas, tornando a condição do corpo melhor e mais excelente do que a
da alma (ICR, 3.25.6).
Se a alma não deve sobreviver sem
o corpo, como ela poderia estar presente com o Senhor, estando separada do
corpo? Mas um apóstolo remove toda a dúvida quando diz que nós chegamos “aos
espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.23) [...] E se a alma, quando
desprovida do corpo, não retivesse a sua essência, e não fosse capaz de receber
em si a glória que é uma grande bem-aventurança, o nosso Salvador não teria
dito ao salteador: “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43) (ibid.).
Os
Mestres da Pós-Reforma
Jacó Armínio (1560-1609)
A origem [da alma] [...] é a partir
do nada, criada por infusão, e infundida por criação, com um corpo sendo
devidamente preparado para recebê-la, a fim de que possa se moldar à forma da
matéria, e, depois de unida ao corpo por um elo nativo, possa também, formar
uma unidade com ele. [...] A substância
[da alma] [...] é simples, imaterial e imortal. Simples, ao meu ver, não no que
diz respeito a Deus; pois ela consiste de ato e poder (ou capacidade), de ser e
essência, de sujeito e acidentes; mas é simples no que diz respeito a coisas
materiais e componentes.
Ela é imaterial, porque pode
subsistir por si mesma, e, ao se separar do corpo, pode operar por si própria.
Ela é imortal, na verdade, não por si própria, mas pela graça sustentadora de
Deus. ( W JA , 11.26.63)
John Wesley (1703-1791)
Considere algumas
circunstâncias que irão acompanhar o julgamento de todos. A primeira é a
execução da sentença pronunciada sobre os bons e os maus: “Estes irão partir
para um castigo eterno, e os justos para a vida eterna”. Deve-se observar que a
mesma palavra é usada tanto na primeira como na segunda oração: segue-se que o
castigo dura para sempre, ou a recompensa também terá um fim. Não, jamais! A
recompensa na eternidade só terminaria se o próprio Deus pudesse ter um fim, ou
se a sua misericórdia e a sua verdade pudessem falhar. “Então, os justos
resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai, e beberão eternamente da
corrente das delícias que estão àmão direita de Deus” (WJW, 5.15.3.1).
Nesse ínterim, os
ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus. Eles,
“por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do
seu poder”. Eles serão “lançados no ardente lago de fogo e de enxofre”,
originalmente “preparado para o diabo e seus anjos”; onde irão ranger os dentes
com angústia e dor, eles amaldiçoarão ao seu Deus, olhando para cima. Lá os
cães do inferno — o orgulho, a malícia, a vingança, a ira, o horror, o
desespero — irão devorá-los continuamente. Lá “a fumaça do seu tormento sobe para
todo o sempre; e não têm repouso, nem de dia nem de noite” (ibid.).
Sua alma é o próprio
exemplo do inferno, cheia de tormentos como também de iniqüidades. Ele já tem
em si o bicho que nunca morre, e está se apressando em direção ao fogo que nunca
se apaga. Só falta o grande precipício ser instalado entre este homem pecador e
o céu (ibid., 7.139).
Charles Spurgeon
(1834-1892)
Não tem mais esperança;
não conhece nenhuma forma de escapar; não consegue imaginar nenhuma libertação;
deseja a morte, mas a morte é um inimigo que não pode estar ali; almeja que a
morte possa engoli-lo, mas essa morte eterna é pior que a sua aniquilação.
(SSC,
1.52).
Quando a eternidade
tiver completado um número absolutamente grande de seus ciclos eternos, ele
ainda estará morto. Nunca conhecerá o fim, pois a eternidade não pode ser
excluída, a não ser na própria eternidade. No entanto, a alma ainda vê escrita
sobre a sua cabeça a frase “Estás condenado para sempre”. Ouve uivos que serão
perpétuos; vê chamas que não se apagarão; sente dores que não podem ser
mitigadas; ouve uma sentença que não soa como o trovejar da terra e que logo será
abafada— mas esta à frente, à frente, à frente, abalando os ecos da eternidade,
fazendo com que milhares de anos se agitem novamente com o horrível trovejar do
seu terrível som — “Aparte-se! Aparte-se! Aparte-se! Maldito!” Essa é a morte
eterna (ibid.).
Itard Víctor Camboim De Lima 30/11/2014
Fonte: (GEISLER, Norman. Teologia
Sistemática. vol 2. pp, 32, 769-779,805-806 ). CPAD.
Ótimo artigo! Eu já tinha descoberto recentemente o blog de Banzoli e gostei em parte porque vi muitas refutações às heresias romanas; mas descobri também que infelizmente ele apóia a heresia do aniquilacionismo (ou mortalidade da alma) pensando que a doutrina do castigo eterno é também uma heresia romana. Banzoli se enganou muito, infelizmente. A doutrina do castigo eterno está mais do que clara nas Sagradas Escrituras, e todo cristão verdadeiro sabe disso. O problema grande de hoje é que muitos dos que estão nas igrejas não conseguem aceitar verdadeiramente a Palavra de Deus; eles são tristemente influenciados pelo antropocentrismo típico dessa sociedade secular e humanista que tenta "divinizar" o homem, sendo que para eles, a idéia de tormento eterno é inadmissível, inaceitável, não podendo ser tolerada jamais tal doutrina. Muitos se deixam levar pela emoção e pela intuição, e ignoram a razão bíblica de que um Deus infinito, com dignidade infinita requer um castigo infinito para afrontas à sua santidade.
ResponderExcluirA Paz!
então me explique, sobre Sodoma e Gomorra, que não estão queimando ate hoje no fogo eterno, como a bíblia diz?
ExcluirA paz do Senhor Jesus, Alessandro. Para uma explicação completa sobre a crença do Aniquilacionismo,Sono da alma e Holismo, indico o livro "Uma Resposta Exegética À Crença Adventista". Abraço.
Excluirheresias Católicas?
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